segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Não se conforme com este mundo

Rodrigo de Oliveira- O Evangelho da moda e o Evangelho que transforma.
Tese para seminário.

Pilares da cultura do reino de Deus

Antes de iniciar a escrever esse estudo,  irei compartilhar relatando algo que sempre pulsa dentro de mim que é um sentimento de cuidado para não ser dominado pela teoria e ser uma voz como a de sinos que só fazem barulho. Toda boa idéia não é válida se não for colocada na prática e com isso confirmada a sua legalidade. Não quero ser a geração que só fala, mas que abre a boca e toma atitudes.
A oito anos atrás eu me converti ao evangelho, reconheci meus caminhos errados, fui confrontado com meus pequenos padrões comparados aos de Deus, e dia a dia após a experiência da conversão fui sendo impactado e  cheguei a conclusão de que nada de bom procede do homem. Então investi tempo em conversar com um amigo ao qual meu irmão mais velho Jesus Cristo me deu como companheiro, para o tempo da minha peregrinação nessa terra, o espírito santo e aos poucos esse relacionamento trouxe intimidade e confiança que me deram a certeza de que de fato meus pensamentos e meus pequenos padrões morreram e agora esse meu amigo me ensinava coisas novas e projetos novos. Dentre eles surge a necessidade da revolução e do despertamento acerca do que é o verdadeiro evangelho.

Analisando os fatos cotidianos e o papel da Igreja

Durante a década de 90, a igreja evangélica cresceu quatro vezes mais do que a população brasileira e a previsão é que no Brasil os evangélicos alcancem a marca de 55 milhões de pessoas, quase 30% dos brasileiros, neste ano. Esses dados seriam suficientes para glorificar a Deus se não fossem os demais índices sociais. Como se conformar com uma sociedade que, ao mesmo tempo em que apresenta uma expansão tão grande do Evangelho, também possui as maiores taxas de corrupção, desigualdade social e violência? Se o Evangelho carrega em si mudanças, por que o crescimento do número de evangélicos também não significa um crescimento real da justiça e da paz social?

Por que a presença maciça de igrejas evangélicas, principalmente em bairros carentes, não muda a realidade de pobreza e criminalidade? É na tentativa de responder a essas e outras perguntas que me impulsionam a analisar sobre a relevância do Evangelho que está sendo pregado, sua influência para transformar sociedades e promover o discipulado através de sete principais áreas de influência.

Recentemente recebi duas informações que me deixaram preocupado e me fizeram refletir:

1-  O Estado do Espírito Santo é um local aonde o número de templos evangélicos tem crescido de maneira gigantesca e aparece puxando a lista no Brasil na questão de porcentagem de crescimento no número de adeptos.

2- O Município de São Gonçalo no Estado do Rio de Janeiro é um dos municípios onde mais se tem igrejas evangélicas.

O que me preocupa ?

1- Recentemente também assisti uma reportagem que colocava o Estado do Espírito Santo na liderança no que se diz respeito a assassinatos de Jovens e adolescentes e também apontou um alto crescimento de jovens envolvidos com drogas e até no tráfico.

2-  O Município de São Gonçalo possui um dos mais altos índices de pobreza,violência. É um local dominado por máfias como a de policiais que assassinaram a juíza Patrícia a um mês atrás.

Muitos poderiam falar mas uma coisa não tem nada a ver com a outra, se a essência do Evangelho não fosse a conversão, a transformação. Transformação de mente, de indivíduos, de comunidades e de nações inteiras. O que está errado? Qual seria a aparência de uma nação onde Jesus Cristo é o Senhor?

O poder que faz a diferença

 Martinho Lutero defendia que um evangelho que não tratasse dos assuntos atuais não era, então, o verdadeiro Evangelho. Assim aconteceu no passado. Na época dos reis de Israel, Josias ainda era menino quando começou a reinar. Quando achou o livro da Lei e se deu conta do modelo de Deus para o seu tempo e sua geração, ele rasgou suas vestes e promoveu uma reforma tão grande em sua sociedade que depois dele não houve rei tão notável (2Rs 22-23).

 Por várias vezes Jesus comparou seus seguidores ao sal, à luz e ao fermento. Sal que só teria utilidade se cumprisse sua função de salgar. Luz que deveria iluminar tudo ao redor (Mt 5: 13-16). E fermento que, mesmo sendo pouco, levedaria toda a massa (I Co 5:6).
Jesus deixou bem claro que aonde o Evangelho do Reino chegasse, haveria mudanças. Jesus influenciou as pessoas ao seu redor, a cultura, o governo e as autoridades do seu tempo. Ele se importou com as necessidades e se colocou como resposta diante delas. E não só Ele, mas em muitos episódios da História, cristãos influenciaram, pela sua forma de pensar e agir, as nações em que viviam, mesmo sendo a minoria populacional.

Em seu livro ‘Modelo Social do Antigo Testamento – Redescobrindo Princípios de Deus para Discipular as Nações’, Landa Cope cita que é necessário somente 20% de uma sociedade com o mesmo ideal para que se possa influenciar e até liderar os outros 80% numa determinada direção. Se for assim, qual impacto os 35% da população evangélica têm causado na sociedade capixaba?

Como cristãos, necessitamos urgentemente de uma presença mais significativa e efetiva da Igreja na sociedade e uma participação maior na construção de uma sociedade justa e solidária, a serviço da vida e da esperança.
 A Igreja (Corpo de Cristo) tem perdido, ao longo dos anos, parte de seu poder de transformadora social. A Igreja teve um crescimento desordenado, ela inchou. As pessoas abraçaram a Igreja, mas não foram transformadas e por isso não podem transformar a sociedade. Muitos são evangélicos nominais, mas não têm nenhum tipo de compromisso, e acontece hoje conosco o que tanto criticamos no catolicismo. A capacidade transformadora da Igreja está comprometida. Há uma sedução pelo crescimento rápido, mas o preço a ser pago pela Igreja é altíssimo e agora está chegando a fatura.
A solução está no investimento em um ensino sistemático, num discipulado eficaz e na voz profética. As pessoas já estão saturadas e buscam algo mais consistente. Há uma pressão por mudanças. Nosso consolo é que a Igreja já passou por isso e contou com uma intervenção divina para voltar ao eixo.

O discipulado e as sete áreas de influência

 “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. O texto final do capítulo 28 de Mateus já se tornou um chavão, principalmente em acampamentos evangelísticos e cultos de missões. Muitos sabem de cor e o usam para motivar pessoas a fazer a obra de Deus.

O que muitos, na verdade, desconhecem é que neste versículo há a chave para a transformação de culturas e sociedades. Fazer discípulos de Cristo que tenham a mesma mentalidade que o Mestre, o mesmo coração que o Senhor, as mesmas atitudes, e deixem os mesmos rastros. Esse é o segredo!

Teólogos afirmam que a Igreja de hoje é a maior de toda a História. Mas, também, a mais irrelevante. É uma Igreja enorme, mas fraca, sem credibilidade, ineficiente. Incapaz de cumprir com sua missão de ir e fazer discípulos. Não fazer convertidos, não fazer simpatizantes, mas sim discípulos fiéis, seguidores de Cristo.
Landa Cope explica a tarefa da Igreja em seu livro: “Se alcançar indivíduos é a tarefa quantitativa, discipulá-los, bem como discipular suas comunidades, é o trabalho qualitativo, de ensinar e aplicar as verdades bíblicas para o nosso crescimento e para a nossa maturidade”.

É através do discipulado que as verdades de Deus contidas no Evangelho chegarão a todas as áreas da sociedade. Durante muito tempo, e é possível que isso aconteça até os dias de hoje, foi ensinado que ciência nada tem a ver com Deus. Porém, a Bíblia revela o caráter científico de Deus, o Criador de todas as coisas. A mesma coisa acontece com a medicina, com a política, com os negócios, com a economia… Longas são as discussões a respeito de se Deus tem a ver ou não com essas áreas. Mas também a Bíblia revela o caráter de Deus em cada uma dessas instâncias e o modelo de Deus para cada uma delas.

Quando o povo hebreu saiu do Egito, após quatro séculos de escravidão (Êxodo), era pobre, subdesenvolvido, não tinha terra, não tinha exército, não tinha um sistema econômico, não tinha uma religião. E foi deste povo, formado por aproximadamente três milhões de pessoas, que Deus fez uma grande nação. Cerca de 300 anos depois, Israel era conhecido como uma das maiores ou talvez a maior nação de sua época. Israel era próspero, era regido por um sistema justo e desenvolvido porque vinha do próprio Deus. Ele mesmo deu instruções sobre economia, governo, comunicação, religião, artes, família e educação. E é através dessas sete áreas de influência que Deus continua ensinando seu povo.

O desafio da Igreja do século XXI é, então, achar o meio de fazer com que a cosmovisão (visão acerca do mundo) bíblica penetre e influencie todas as áreas da sociedade. Como foi no passado, precisa ser agora, para que o crescimento do Evangelho em números também seja acompanhado de qualidade de vida, justiça, paz e alegria e tudo o mais que é concernente ao Reino de Deus.

Lugares onde a transformação tem acontecido:

Colômbia- A Cidade de Cali nos anos 90 era dominada pelos cartéis de cocaína e pela violência que era uma consequência desse domínio. Crianças e trabalhadores morriam 9 horas da manhã devido a troca de tiros em pleno centro de Cali. O Pastor Julio Ruibal, e sua esposa foram ferramentas de Deus para trazer unidade,comprometimento, a prática acima da teoria e estabeleceu naquele lugar um dos maiores pilares de qualquer obra espiritual como ponto de partida. A oração. Depois  de unir as igrejas da Colômbia, o pastor Julio iniciou um processo tremendo de Jejum e oração juntamente com outros pastores e daí surgiu as grandes cruzadas evangelistícas que chegou a lotar dois dos maiores estádios de futebol da Colômbia onde pessoas louvavam a Deus e oravam por mudanças. Até autoridades como o prefeito de Cali participava desses eventos não como político mas como cidadão e foi como cidadão e também autoridade máxima na esfera natural em Cali,que o prefeito aos prantos declarou Cali pertence ao senhor Jesus Cristo.

O Poder de transformação naquela localidade foi tão grande que os chefões dos cartéis foram derrubados um a um. Uns foram presos outros morreram e teve até os que deixaram o país. É importante ressaltar que os cartéis dominavam todas as esferas da sociedade Colombiana. Controlavam a política, a religião, a comunicação tudo com o poder do dinheiro conquistado com o tráfico.

No dia 13 de dezembro de 1995, o pastor Júlio Ruibal foi morto a tiros em Cali, na Colômbia. Ele era usado de forma especial por Deus na união das igrejas e no ministério de oração. Estava no sexto dia de jejum. Ninguém conhecia melhor do que ele o fato de que em Cristo somos mais que vencedores; ninguém jamais exercitara tanta autoridade contra o diabo e lutado mais contra suas artimanhas. Nada disso, contudo, impediu seu assassinato brutal; da mesma maneira que Cristo, ele sofreu o martírio nas mãos de homens malignos que cumpriam as ordens de Satanás. Sua morte tem gerado poder e unidade às igrejas que deixou para trás.

Quando Paulo falou para que outros possam viver é necessário morrer, quando Jesus disse sobre morte,sobre morrer pela causa do evangelho, não estava falando de algo sentimental ou de um desejo de morrer por cristo. Fazer algo bom todo crente quer, mas para morrer por Cristo antes é necessário viver por ele. Pedro, Paulo, João Batista, Estevão e outros morreram por Cristo, mas só morreram pelo fato de escolherem viver profundamente pela causa do Evangelho.

O Mundo Jaz no Maligno e o sistema montado por aqui premia os que estão longe da vontade de Deus e pune os que  se posicionam em viver pela causa de Deus. Foi por isso que o Pastor Julio foi assassinado.

A Colômbia foi transformada porque um homem escolheu orar e abrir sua boca contra os fatores cotidianos que assolavam aquela terra. Esse é o verdadeiro evangelho.

"Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida" (Ap 2.10).

Quênia : No Quênia uma comunidade de nome Kimbul, foi impactada pelo poder do espírito santo e passou de lugar miserável a um lugar de constante crescimento em todos os níveis. Até a feiticeira que era famosa e procurada por toda a comunidade perdeu o seu poder e resolveu deixar a cidade,tudo isso porque um homem de Deus desligou a ação do ocultismo naquela localidade.
A Miséria foi diminuindo a cada dia e pessoas começaram a migram para Kimbul atraídas pela trnasformação que aquela localidade estava tendo.

Conclusão- Parte 1

Bem,vou terminar por aqui essa primeira parte do trabalho  com uma certeza bem forte no meu coração,contra fatos não há argumentos . O Evangelho tem transoformando comunidades em diversas partes do mundo e isso é possível em qualquer lugar desde que haja pessoas com fé que não é sentimento mas atitudes que pagam preço de oração, vivem pela causa do evangelho e não se acovardam com medo da morte.
Na Segunda parte estarei estudando outras comunidades onde o poder de Deus tem sido manifesto e volto a frisar, esse trabalho não é uma elaboração visando nota e nem visando  ter uma boa idéia, mas o objetivo é que essa idéia que vem sendo semeada em diversos corações em diversas partes do mundo esteja atingindo o coração daqueles que querem ver uma transformação verdadeira e que não fique somente nas boas intenções e na teoria, mas que seja o poder de Deus manifesto.

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